terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Rio Real, a terra da laranja e da cerâmica



A tradição conta a vida histórica do município de Rio Real que originou-se do povoado de Barração, anteriormente denominado de “Brejo Grande” que devido á pureza de sua água servia para abastecer os moradores da circunvizinhança. O município foi criado com território desmembrado de Itapicuru, por Resolução Provincial, de 01.07.1880, com a denominação de Vila de Nossa Senhora do Livramento do Barração, que em 1931 recebeu seu atual nome Rio Real, e elevada á condição de cidade em 30.03.1938 por Decreto-Lei-Estadual.
 Entretanto, o que se sabe de concreto é que o território do atual município deve a sua penetração e colonização a brasileiros, descendentes diretos de portugueses, que ali se fixaram, utilizando elementos negros e indígenas, domesticados na prática da agricultura, considerada até hoje, como a principal atividade do município.
   O município de Rio Real atualmente é um dos maiores produtores de cerâmica, laranja e tangerina do Estado da Bahia, além do maracujá, coco, abacaxi, mamão e mandioca que também são produzidos em larga escala.
Na pecuária, destacam-se os rabanhos de bovinos ( de corte e leiteiro), equinos e muares. O município registra também a expansão no seta industrial e de comércio.

A laranja           

A cultura da laranja chegou a Rio Real em meados da década de 70, veio através do Sergipano Antônio Prófilio que era residente da cidade de Lagarto povoado Treze.
As condições naturais, o clima e um bom solo contribuiu não só para o cultivo da laranja como o surgimento da cidade.
            Rio Real por não ter terras cultivadas na época, os hectares de terra eram vendidas há um baixo preço, trazendo assim pessoas para cidade para se beneficiar. Os primeiros foram sergipanos, que vendiam suas terras lá em Sergipe e investiam aqui segundo fontes vendiam 3 tarefas lá e compravam 100 aqui. Com todo esse crescimento e com visão de lucro, os realenses que aqui estavam passaram  a se interessar e plantar laranja também  não mais vendendo suas terras. O preço da terra subiu o Banco do Brasil passou então a financiar as terras para pessoas que chegavam pernambucanos, alagoanos, paulistas e até japoneses e coreanos.


A plantação de laranja

Conhecido como a terra da laranja, atualmente Rio Real tem uma área de 28 mil hectares de plantações de laranjas, ficando em terceiro lugar em áreas plantadas no Brasil. Tem uma produção de 400 mil toneladas de laranja por ano. No período chuvoso típico da região ou em qualquer época, com auxílio da irrigação, efetuar o plantio; escolher dias nublados, sem ventos e com temperatura amena. No plantio colocar colo da muda 5 cm acima da superfície do solo; as raízes das mudas nuas devem ficar estendidas (sem dobras) e os espaços entre as raízes cheios com terra. Comprime-se a terra a medida que se enche a cova, faz-se "bacia" com terra e cobre-se a bacia com palha ou maravalha ou capim seco (sem sementes); se houver ventos fortes tutora-se a muda.

A colheita

Evitar machucar o fruto, romper a sua casca e o apodrecimento.
Usar escada (madeira leve e arredondada) sacolas de colheita (de lona, com fundo falso) com capacidade de 20Kg., tesoura ou alicate de colheita, (lâminas curtas e pontas arredondadas) e cestos ou caixas plásticas com capacidade de 27Kg. No ato de colher rejeitar frutos orvalhados ou molhados, evitar derrubar fruto ao solo, colher frutos no mesmo estágio de maturação e evitar exposição do fruto ao sol. Um homem pode colher 10 mil frutos/dia.
A cidade gera 8.500 empregos na atividade da laranja desde plantio, manutenção e colheita.
Possuindo 1.700 citricultores.

O destino da Laranja
                                                                                       
A laranja produzida aqui vai para indústria de suco, em estados como Sergipe, Pernambuco e São Paulo. Outra parte vai para o comércio em Supermercados, feiras, Centros de Abastecimentos das grandes cidades. Colhendo três safras por ano a plantação estando em boas.



A Cerâmica

A cerâmica do município baiano de Rio Real é feita, nas localidades de Carro Quebrado e Rebolo, por mulheres que seguem uma tradição passada de mãe para filha. Elas produzem potes lisos, decorados e em alto relevo, moringas simples, como gomos (quando recebem o nome de pitanga), em forma de galinha, em forma de cabaça (com dois ou três bojos), além de talhas, filtros, mealheiros e alguns outros itens do repertório doméstico. Os trabalhos feitos com barro em Rio Real representam claramente a expressão técnica e artística de um artesanato que absorveu a fertilidade criadora da cerâmica indígena, já existente quando do descobrimento, e a influência cultural dos colonizadores portugueses.
O processo de produção obedece a alguns princípios comuns a muitos pólos produtores de cerâmica popular no país: os homens participam das etapas consideradas mais árduas, como extração e transporte do barro e, por vezes, da queima, feita em forno a céu aberto. Às mulheres ficam reservadas a modelagem e a decoração das peças, com pigmento mineral de cor vermelha, popularmente denominado tauá, e tabatinga, pigmento de cor branca. Esta cerâmica é parte do Patrimônio Imaterial Brasileiro.




FONTES:
http://www.artesol.org.br/site/rio-realba/

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